O CHAMADO DE DEUS Isaias, Jeremias e Ezequiel

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O CHAMADO DE DEUS Isaias, Jeremias e Ezequiel
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Uma Análise do Chamado

A exegese apresentada visa mostrar as similaridades e o chamado dos três maiores mensageiros dos livros proféticos.

Isaías (cap. 6)


Teve a sua primeira visão em 739 a.C. . Isaías se encontrava no templo quando teve esta visão. 

É bom citar que ele não estava sonhando ou em transe , mas viu com seus próprios olhos. Deus lhe deu uma ideia do mundo invisível apesar de sua composição natural humana e os limites de seu estado. 

Diante desta visão sentiu-se perdido e com destruição certa. Era uma tradição em Israel que ninguém poderia ver a Deus e continuar vivo. E a razão é clara – Deus é santo. Isaías reconhece a distância que o separa de Deus e a pureza absoluta dEle. Isto fez com que o profeta percebesse imediatamente sua condição miserável.



No altar há sempre fogo para os sacrifícios diários. Um dos serafins pegou uma tenaz (uma grande pinça das que estavam ali para essa finalidade), e tirou do fogo uma brasa viva, com a qual tocou nos lábios do profeta. 

Este gesto simbolizou remoção da culpa, a expiação do pecado de Isaías (o fogo é do altar). E, mais especialmente, a purificação dos seus lábios e de sua boca. Sempre lembrando que, para o povo da época, um símbolo opera verdadeiramente aquilo para o que aponta. Assim a culpa é efetivamente removida por este gesto. 

Jeremias (cap. 1)


Jeremias morava perto de Jerusalém cerca de 5 a 8 km e observava as reformas do rei Josias. Seu chamado surge neste período e Deus lhe intitula “profeta às nações”. Jeremias é da linhagem sacerdotal, da tribo de Levi e foi designado para esta missão antes do seu nascimento. 

Quanto à filiação, Plampin não concorda que Jeremias tenha sido filho de Hilquias, o mesmo que achou o livro da lei no templo. Para ele, o significado da expressão “dos sacerdotes que estavam em Anatote” (I Reis 2:26), faz lembrar o episódio ocorrido com Salomão que afastou Abiatar e sua família para a cidade de Anatote (II Reis 22:4). Ora, como se pode associar o pai de Isaías com o Hilquias que achou os livros da lei se este último é chamado de sumo-sacerdote? 

O pai do profeta fazia parte da família reclusa, não podia ocupar este cargo de liderança no templo. Já Skinner, alega que os livros da lei podem ter sido encontrados em um santuário rural construído pela família de Jeremias. 


Esta família foi a mais tradicional de sacerdotes, pois sua ascendência passa pelo sacerdócio de Silo até o tempo de Moisés. Então com eles devem ter ficado os livros da lei, pois em nenhum lugar encontrariam repositório mais perfeito que na casa daqueles cujos antepassados, por tantas gerações, haviam guardado o mais sagrado símbolo do culto sem imagens. Skinner supõe que Hilquias foi sacerdote deste santuário rural que deve Ter sido o centro da vida religiosa daquela pequena comunidade. 


Outra informação é importante para se tentar uma terceira proposta. Há informações de que os modernos habitantes de Anatote e suas famílias são ou eram anos atrás, na sua maioria, britadores. 

Eles forneceram excelentes pedras para as construções em Jerusalém. Pode-se conjeturar se os pedreiros de Anatote não se encontrariam entre os operários que foram forçados a trabalhar na construção do palácio de Jeoaquim. Pode ser que neste período o sacerdote Hilquias, devido ao relacionamento trabalhístico, possa Ter sido reintegrado às suas funções no templo. De qualquer forma, não há definição para este assunto.



O chamado de Jeremias ocorreu em 626 a.C., para ser o “porta voz de Deus” e foi colocado como veículo de julgamento sobre as nações. Este chamado tomou a forma de diálogo entre ele próprio e Deus, evento este que lhe imprimiu na consciência a certeza de uma vocação vitalícia para o serviço comissionado. 

Para Isaías, o Senhor apareceu vestido de imponente esplendor e majestade, assentado sobre um alto e sublime trono. O toque consagrador, nos lábios do profeta, é dado por um serafim que ali ministrava. Mas Deus se encontra com Jeremias no caminho comum da vida, colocando-se ao seu lado e colocando, ele mesmo, sua mão na boca do profeta, indicando a autoridade de sua missão. 

Ezequiel (cap.1)


Ezequiel, filho de Buzi, era sacerdote e, provavelmente, filho de sacerdote. Foi levado para o cativeiro em 597 a.C. quando os exércitos de Nabucodonosor, rei de Babilônia, tomaram Jerusalém. O chamado veio a ele no quinto ano de seu exílio, em 593 a.C. . Taylor [1] deduz que o “trigésimo ano” referido em 1:1 era o seu trigésimo ano de idade. 

Então, afirma, ele era um homem jovem, com vinte e tantos anos, quando começou o exílio, e isto deixaria espaço para o período considerável de tempo durante o qual se estendeu seu ministério. Se este cálculo for correto, aos trinta anos, o profeta assumiria seus deveres no templo; o que teria um significado crucial para ele. Mas em lugar do ofício ele é chamado para ser porta-voz de Deus ao povo exilado. 

Era em certo sentido, uma compensação pelo ministério sacerdotal que o infortúnio do exílio arrebatara dele. O sacerdote foi comissionado com profeta.



Ele devia estar sozinho na planície arenosa a certa distância do arraial principal dos exilados, que era seu lar. A sós com seus pensamentos, e sem dúvida compartilhando dos conceitos melancólicos dos seus colegas exilados, no que diz respeito à sua separação da presença de Deus em Jerusalém, de repente teve consciência de uma nuvem distante e logo estava na presença divina. 

Ezequiel é nomeado atalaia para o povo de Israel. Este termo era comum para os verdadeiros profetas de Deus. A função deles era ficar alerta à situação em redor, escutar a palavra do Senhor e repeti-la ao povo com exatidão.

A data mais avançada que é atribuída a um de seus oráculos é o 27º ano do exílio (29:17), e isto o levaria até a idade de 52 anos.

Similaridades

É interessante perceber como ambos os profetas tem similaridades quanto ao chamado.

Profeta
Data do chamado
Família
Miss. de profecia

Tipo de chamado

Isaías
739 a.C.
Jud.

ant. exílio.

Brasa na boca

Jeremias
626 a.C.
Sacerdotal

Às nações

Toque na boca

Ezequiel
593 a.C
Sacerdotal
Jud. no exílio
Come  rolo


Parece que a forma do chamado traz uma lembrança ao perfil da mensagem de cada um. 



Em Isaías, Deus usa o profeta como a figura de um tipo de Israel, querendo perdoar os pecados do povo e livrá-lo do exílio com um simples toque de brasa viva (justificação) na boca, se este reconhecesse sua impureza e pecado e se arrependesse.

Em Jeremias, entende-se que Deus quer encontrar o seu povo e pessoalmente comissioná-lo para pregar a outras nações, capacitando-o com seu poder, independente do tamanho inexpressivo por causa da guerra.

Em Ezequiel, o Senhor deseja que seu povo insira dentro de si a mensagem e a viva. Ela não deve ser praticada de fora para dentro, mas de dentro para fora. 

Ele pede ao seu povo autenticidade espiritual. 

É importante notar que todos tinham um contato íntimo com o templo. 

Assim é o Israel espiritual. Mesmo que tenha plena noção da importância do evangelho parece estar alienado do mesmo. 

Quando o Senhor chama, temos que atender. Ainda que sejamos pecadores, ele nos perdoa. 

Ainda que sejamos pequenos e fracos, ele nos capacita. Ainda que sejamos frios, ele nos torna quentes. 

Mas tudo depende da nossa aceitação. Independente, se leigos ou pastores, precisamos ser justificados, santificados e inflamados pelo Espírito Santo para pregar a mensagem.

Pr: Wellington Silva. Tecnologia do Blogger.